Mianmar: A terra dos sorrisos sinceros

Mianmar é um país que mexe nos seus sentidos e faz de uma viagem um momento de reflexão e aprendizado. Viajar pelo país é viajar no tempo, em um mundo tão globalizado como o atual, são poucos os lugares que proporcionam essa viagem para o passado, os dois lugares que mais senti isso foi em Cuba e em Mianmar. Estar em Mianmar é como estar dentro de um filme, repleto de novas culturas, cores, pagodas, monges, mercados e sorrisos.

Esse é o nosso primeiro post sobre o país, o segundo e o terceiro também já está online!

2) Mianmar - Yangon e Mandalay

3) O encanto de Bagan (Guia de 10 templos)

Geografia

O Mianmar fica localizado na região do Sudeste Asiático, próximo a Tailândia, Bangladesh e faz divisas territoriais ainda com a China, Laos e Índia. A maneira mais fácil de chegar no país é voar para Yangon ou Mandalay a partir de Bangkok. Há várias opções de voos diretos que duram em média uma hora e meia.

Cultura

Apesar de estar localizado no Sudeste Asiático, não ache que a cultura e o povo em Mianmar é parecido com a Tailândia, o Camboja ou o Vietnã, NÃO É! Mianmar é totalmente diferente, a cultura é fortemente conectada com o budismo, eles são mais conversadores do modo de vestir, ainda não estão tão acostumados com estrangeiros, a comida é muito diferente e a população é meio parecida com a indiana/bengalis (principalmente em Yangoon). Os birmaneses no interior, como em Bagan, ainda veem os estrangeiros como algo diferente e pedem muito para tirar fotos! Achei isso muito legal, nos mostra como o país ainda está passando por uma abertura cultural. Apesar do calor que faz em determinada época do ano, a população no Mianmar é conversadora e não indicamos usar roupas curtas e até mesmo decotadas no país. O mais indicado é usar calças ou saias longas e camisetas com manga, isso mostra o respeito que os estrangeiros têm com a cultura local. Em Mianmar eles ainda se vestem de uma forma muito autêntica, como os homens com os típicos Longyi e as mulheres com as suas lindas saias de sedas.

Uma breve história

O país têm uma história rica e dividia em várias épocas, as mais recentes começam entre 1824 - 1948 a partir da colonização inglesa na região, passando por uma ditadura militar entre 1962-2016 e atualmente por um processo de democratização desde 2016. O país fez parte do Império Britânico nas Índias por 124 anos junto com a atual Índia, Paquistão e Bangladesh. Nesse período histórico o país era conhecido como Birmânia e era uma das mais prósperas colônias inglesa na região devido as grandes plantações de teca, uma madeira típica da região muito utilizada na construção de navios, pontes e casas. Na época da colonização inglesa, o antigo governo de monarquia foi existindo e o último rei o Thibaw foi obrigado a viver no exílio na Índia. Com o fim da segunda guerra mundial o Império Britânico começou a enfraquecer e um processo de independência liderado por Aung San começou a se fortalecer. Após anos de lutas, conflitos, interesses de poder e golpes o país conseguiu a sua independência, mais especificamente em 4 de janeiro de 1948. Mas não pense que com a independência a situação no país melhorou, o que aconteceu nesse processo foi um dos maiores golpes da história, o líder Aung San foi assassinado prestes a iniciar o seu governo e a juntar militar assumiu o poder no seu lugar. Assim a partir de 1962 iniciou o período ditatorial no país, com muita corrupção, violência, falta de liberdade política, abusos de poder, violação dos direitos humanos e muitas outras características típicas de um governo ditatorial. Mas como tudo nessa vida têm o seu fim e graças a uma força incansável da líder política Aung San Suu Kyi atualmente o país passa por um processo de democratização, abertura política, abertura econômica e desenvolvimento. Em abril de 2016, pela primeira vez em 54 anos um líder não militar está no governo, o seu nome é Htlin Kyaw e foi votado democraticamente. Para saber mais sobre a história do Myanmar indico o livro O Palácio de Vidro (Glass Palace) do Amitav Gosh, através de um romance o autor narra a história do país na época da colonização inglesa. Eu li esse livro durante a viagem e gostei muito!! Super recomendo! Já para saber mais sobre a história da vida na Aung San Suu Kyi há um documentário muito bom que narra a sua história pessoal e conta detalhes sobre a época da ditadura no país, o nome do documentário é The Lady.

Povo

Mesmo considerado um povo sofrido, devido aos longos anos de um governo ditatorial que arrasou o país economicamente levando milhares de pessoas a situações muito críticas, os birmaneses não se deixam abalar e são super simpáticos, receptivos e alegres. Pela nossa experiência na Ásia consideramos os birmaneses os mais simpáticos, empatado com os amorosos filipinos.

Segurança

Nos sentimos muito seguros em viajar para o país, não sentimos em nenhum momento perigo ou medo, e acredito ser um lugar seguro para mulheres viajar sozinhas também. Apenas das grandes cidades como Yangon sentimos um pouco “engados” por pessoas tentando nos explicar sobre a cultura e a história dentro das pagodas, na Shwedagon em Yangon um homem aproximou de nós para nos contar sobre o ritual de dar banho nos Budas de cada semana, curiosos para saber o que ele tinha para nos contar fomos simpáticos e receptivos com a sua aproximação, mas após terminar a explicação ele nos pediu dinheiro nos dizendo que essa explicação tinha um preço, não entendemos nada da situação, até pagamos ele pela breve explicação, mas não gostamos da forma que ele nos abordou após a explicação e no final ele foi meio rude com nós dois. Após alguns minutos vimos ele fazendo a mesma coisa com um grupo de turistas.. Enfim entendemos a situação que as pessoas vivem no país e essa pode ser a sua forma de renda, mas não achamos a atitude dele muito apropriada, se ele fosse mais receptivo e verdadeiro não vejo problema algum em cobrar por explicações culturais, só não gosto quando isso acontece de forma rude e não verdadeira. Então para quem deseja evitar qualquer tipo de constrangimentos indicamos ir acompanhado com guias profissionais, eles irão te explicar os detalhes da história do local e para quem deseja ir sozinho fica a dica, fique esperto! Mas claro que isso apenas aconteceu duas vezes com a gente em meio a taaantaasss pessoas simpáticas e honestas que cruzamos por lá! Então também não precisa ficar com medo ou preocupado com isso.

Nosso roteiro

Durante a nossa viagem pelo Sudeste Asiático passamos 10 dias em Myanmar 2 noites em Yangon, 4 noites em Bagan e 3 noites em Mandalay. Claro que 5 dias em Bagan é muito, no início pensamos em ficar apenas 3 dias em Bagan e mais 2 dias em Inle Lake. Mas Bagan é um lugar que te magnetiza e não dá vontade de ir embora! Como não tínhamos nada planejado, apenas a nossa passagem de volta para Bangkok, cancelamos a ida a Inle Lake e aproveitamos cada segundo da energia maravilhosa de Bagan! Acredito que dá para fazer um roteiro de 7 dias no Myanmar, como 1 dias em Yangon, 4 dias em Bagan e 2 dias em Mandalay. Ou até mesmo em 5 dias, sendo 1 dia em Yangon, 3 em Bagan e 1 em Mandalay. As duas últimas opções de roteiro serão viagens mais corridas e com trajetos aéreos, mas lindamente aproveitadas. Como tínhamos tempo nós optamos por não voar no país e fizemos o nosso trajeto de Yangon para Bagan de ônibus e de Bagan para Mandalay de barco. Gostamos muito dessas opções para conhecer o interior do país e indicamos apenas para quem têm tempo sobrando na viagem. Outra recomendação que damos é fazer o seu roteiro apenas de ida, ou seja, não compre a sua passagem de ida e volta para o mesmo lugar (Yangon ou Mandalay) assim você pode aproveitar mais o roteiro, por exemplo, você pode optar pode chegar em Yangon, ir para Bagan, Inle Lake e Mandalay (ou ao contrário chegar em Mandalay e partir de Yangon).

Transporte no Mianmar

Transporte público no Mianmar é bem precário, e a melhor forma de se locomover nas cidades é de táxi ou carros dos hotéis. Em Bagan o mais indicado é alugar uma moto elétrica e conhecer toda a região dos templos e os bairros de Nyang U, Velha Bagan e Nova Bagan. Para se locomover entre as cidades há opções de ônibus, mini vans, barco e avião. A sua escolha depende do tipo de experiência que deseja e também do seu orçamento. No geral os transportes são seguros e o trânsito é caos, mas como disse anteriormente, tudo é uma experiência em um país único.

Melhor época ir

O país tem duas estações predominantes, a seca de outubro a maio, e a das chuvas de maio a outubro. Abril e maio são os meses mais quentes, e no interior como em Bagan faz muitooo calor! Mas atenção, para quem quer andar de balão em Bagan a temporada de balonismo é apenas entre outubro e maio devido aos fortes ventos entre junho e setembro. Para saber mais informações sobre a temporada de balonismo entre em contato direto com as empresas locais como a Balloon over Bagan ou a Oriental. Nós fomos em janeiro e gostamos muito! O clima estava muito agradável e Bagan estava até friozinho de noite.. Muito gostoso!

Vegetarianos no Mianmar

O país não é muito amigável para vegetarianos, a culinária local come muita carne de búfalo e boi. Nós comemos muita comida ocidental como macarrão, lanches e pizza. Devido a situação econômica do país há poucas opções de comidas mais naturais e saudáveis, porém, é sempre possível pedir para adicionar legumes nas refeições.

Moeda e língua

A moeda do Mianmar é Kyat Birmanês, onde 1USD = 1.360,00K. No geral viajar pelo país é em conta, mas como há poucas opções de hotéis e restaurantes algumas vezes o valor cobrado é mais alto do que o serviço prestado. Viajar para o país exige um maior investimento do que para a Tailândia e outros países do Sudeste Asiático, é uma viagem mais simples, muito rica em cultura e com um toque de aventura que vale muito a pena! Uma super dica é levar quase todo o dinheiro da sua viagem em dólares americanos com notas de boa qualidade. Na maioria dos hotéis que ficamos hospedados eles já aceitavam cartão, mas por segurança é bom levar a maioria em dólar e trocar o dinheiro no aeroporto. Nós trocamos todos os nossos dólares no aeroporto internacional de Yangon e a cotação deles foi muito boa!

Já a língua é o birmanês, uma língua bem diferente, sem alfabeto e bem sonora. Nos lugares mais turísticos como hotéis, aeroportos e pontos turísticos as pessoas falam um inglês básico mas compreensível. Para quem fala inglês a língua no Mianmar não é uma barreira.

Visto para brasileiros

Brasileiros podem tirar vistos para o Mianmar pela internet através do E-VISA. O visto custa em média US$ 50,00 e demora menos de uma semana para ficar pronto. O nosso visto ficou pronto no dia seguinte! O processo online é bem simples, basta entrar no site preencher os dados, ter uma foto 3x4 digitalizada, as passagens de entrada e saída, seguro saúde e reserva em hotel. Observação: Para tirar o visto online você precisa ter um passaporte com validade mínima de 6 meses, esse visto permite a entrada apenas pelos aeroportos internacionais de Yangon, Mandalay e Nay Pyi Taw. O visto é válido apenas para uma entrada e têm um período permitido para estadia até 28 dias. Outro ponto importante é lembrar que o visto tem o prazo de 90 de validade, ou seja, não tire muito antes da data da sua entrada se não você corre o risco de perder a validade. Para fazer o seu E-VISA entre no site: https://evisa.moip.gov.mm

Outras fontes

Essa foi a nossa primeira viagem para o Mianmar, então pesquisamos muito sobre o país antes de ir! Dois sites nos ajudaram muito e também pode te ajudar como o Viaje Sim e o Tô Pensando em Viajar em português. E o Travel Fish e Lonely Planet em inglês.

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Namastê!

Bel e Kalil

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